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  • Foto do escritorPedro Rego

Expedição ao Ártico - Episódio 4 - E tudo se complicou...

Um Urso, está ali um Urso!! Quase a chegar ao imponente Glaciar do Mónaco eis que os avisos que todos queríamos ouvir soaram! Estava um Urso num maciço rochoso que rompia a tona da água. Tive dificuldade em dar com ele pois só era visível de alguns ângulos e onde eu estava não o via. Mas assim que o navio avançou um pouco mais acabei por vê-lo! Deitado, dormia sem se mexer! O navio parou e ficámos a observá-lo. Parecia ter qualquer coisa pintada no pêlo!

Urso deitado numa rocha a dormir perto do glaciar do Mónaco em Svalbard
Urso a dormir perto do Glaciar do Mónaco

Parecia um "E" ou o número 3! "Talvez estivesse a ser seguido em estudos", pensei. O Rinnie estava longe e não poderia perguntar-lhe para já. Torci o nariz....hmmmm Um Urso com o dorso pintado não é lá muito fotogénico! Incrível como começamos logo a ficar exigentes em termos fotográficos! Estava a cumprir o sonho de ver um Urso Polar, mas a mente fugia-me logo para a obtenção dos tão ansiados registos fotográficos e de vídeo!


O Urso não se mexia, mesmo com o barulho do Barco. Rinnie torceu o nariz e mostrou algum desapontamento, o que não me passou despercebido. Perguntei a outro Guia de Expedição o que se passava. "Achamos que algo se passa e o Urso possa estar morto...." Novamente o mesmo sentimento de murro no estômago!


Urso Polar a dormir numa rocha em Svalbard glaciar do Mónaco
O Urso permanecia estático e inerte...Estaria a dormir?

Ficámos ali um pouco à espera de ver algum movimento, algo que pudesse indicar que ele estava bem....Nada. Passados cerca de 45 minutos, sem movimento a decisão foi unânime, iríamos avançar para o Glaciar do Mónaco e depois à vinda, pelo mesmo caminho voltaríamos a verificar o Urso. O barco avançou lentamente, mas o olhar esse ficou pregado nele...Lembro-me de sentir tanta pena, não só de não o fotografar claro, mas também pela possibilidade de o ver ali, deitado naquela que seria a sua "última morada"...Baixei os olhos e preparava-me para mudar as objetivas. Queria captar as paisagens envolventes e ia necessitar da grande angular. Um movimento repentino da malta no barco seguidos das palavras: "Mexeu-se, mexeu-se!!" fez-me explodir de adrenalina e voltei a olhar ansiosamente para o local onde ele estava! Tinha-se mexido, já não estava na mesma posição. Estava vivo!! O sorriso voltou-me à cara e voltei a puxar da teleobjetiva para fotografar! Levantou a cabeça e ficou a olhar para a frente. Estava vivo, definitivamente estava vivo!! Que bom! Mas agora estávamos já algo longe dele e a decisão foi continuar para o Glaciar. Confesso que fiquei algo desiludido, pois a vontade de estar perto deles e os fotografar era mais que muita! Mas...Quando não há dinheiro para alugares um barco só para ti, tens que te sujeitar ao resto...No entanto a Expedição ao Ártico estava, obviamente a ser mais, muito mais do que eu poderia pedir!



Urso Polar a dormir numa rocha em Svalbard glaciar do Mónaco
O Urso acordou e levantou a cabeça. Estava vivo!


As paisagens circundantes são pura e simplesmente arrebatadoras! Quase que me fizeram esquecer o Urso, mas claro, isso seria impossível! Estávamos a aproximar-nos da língua glaciar do Glaciar do Mónaco, ou como se diz em Inglês: Monacobreen Glacier. O Glaciar irrompe mar dentro na Baía de Lifdenfjorden, ou também conhecida pela "Baía do Amor". Antigamente a sua parede tinha uma extensão de mais de 3 kms, agora essa parede está partida em 3 paredes distintas devido ao retrocesso do Glaciar, fruto obviamente das Alterações Climáticas e das temperaturas cada vez mais altas no Ártico. Existem mais de 1500 glaciares em Svalbard, este glaciar do Mónaco é só mais um deles, mas é um dos mais "imponentes".



Vista de uma das paredes glaciares do Glaciar do Mónaco em Svalbard
Uma das paredes glaciares do Glaciar do Mónaco

Vista de uma das paredes glaciares do Glaciar do Mónaco em Svalbard
Uma das paredes do Glaciar do Mónaco

Vista de uma das paredes glaciares do Glaciar do Mónaco em Svalbard
Parede principal do Glaciar do Mónaco

Vista de uma das paredes glaciares do Glaciar do Mónaco em Svalbard
Parede principal do Glaciar do Mónaco

As nuvens em movimento rápido mudam constantemente a luz e tornam bastante difícil fotografar mas a beleza do lugar merece obviamente que os clicks não parem independentemente da luz que se tem! E claro...Não há outra oportunidade portanto, há que aproveitar!!



Vista de uma das paredes glaciares do Glaciar do Mónaco em Svalbard
Parede de gelo do Glaciar

Foi um frenesim e foi para mim difícil manter a calma fotográfica. Para cada canto que olhava me parecia uma oportunidade fotográfica única e isso dificultou o discernimento em analisar a cena em si e em tentar pensar no melhor ângulo e composição. Por fim, demos meia volta e começámos a sair desta Baía do Amor! Gostava de passar aqui alguns dias para conseguir outros registos mas isso é algo impossível portanto, nada de pensar em coisas impossíveis e focar no possível.


A luz era pouca dadas as nuvens grossas no céu, no entanto quando iluminadas pela neve das montanhas produzia um efeito lindo! Lembro-me de pensar para mim: " Bolas, nunca vi tais cores no céu, nem tais contrastes!"
Montanhas em redor de Liefdefjorden, à saída do Glaciar do Mónaco
As vistas das montanhas que rodeiam Liefdefjorden

Montanhas em redor de Liefdefjorden, à saída do Glaciar do Mónaco
Montanhas em redor de Liefdefjorden, à saída do Glaciar do Mónaco

Aproximávamo-nos agora da rocha onde tínhamos visto o Urso a descansar. Escusado será dizer que estava tudo de olhos postos no mar, em terra e na rocha, cada vez mais visível, para ver se conseguíamos ter um vislumbre do Urso e que, com sorte, ele estivesse já acordado e em movimento. Nada. Zero. Nickles... Do Urso nem sinal. Tinha ido embora provavelmente, ou estaria ainda a dormir, mas do outro lado da rocha onde não tínhamos campo de visão. Passámos lentamente pelo local, mas como nada vimos...decidiu-se seguir viagem!


E que vistas nos esperavam uma vez mais! Pela primeira vez na viagem vi uma quantidade maior de gelo na água!



Pedaços de gelo no mar no Norte de Svalbard Spitsbergen
Gelo no Mar no Norte de Svalbard.

Estávamos a aproximar-nos da zona mais a Norte da Ilha e nesta altura do ano, sendo ainda o início do Verão Ártico, deveria haver muito mais gelo aqui! Mas não havia, o que restavam eram estes pedaços à deriva que o vento e as correntes arrastavam principalmente para um estreito na zona Este da Ilha, o Estreito de Hinlopen. E era para aí que nos dirigíamos afim de tentar encontrar Ursos.


Estava exausto mas não queria ir dormir. Eram cerca das 3 horas da manhã, sem noite e com os horários já completamente trocados, o que ditava a hora de ir para a cama descansar era mesmo o estado de exaustão do corpo. Mas não queria, lutava contra o cansaço porque pretendia aproveitar ao máximo cada hora, cada minuto, cada segundo! E como não querer isso com paisagens destas?



Paisagem do Ártico com um pequeno glaciar e a luz a incidir na Montanha
Paisagem do Ártico com um pequeno glaciar e a luz a incidir na Montanha

Com pequenos rasgos de luz entre as nuvens aqui e ali, por vezes davam oportunidades fotográficas únicas! E era isto que eu não queria perder ao ir descansar. Mas....tem mesmo de ser e as baterias estavam já no fim. Era necessário colocar a carregar e descarregar os cartões de memória para os discos externos, o principal e o de backup. Depois de todo o trabalho feito, em silêncio pois os meus companheiros de camarata já dormiam, finalmente adormeci, com o despertador a tocar para dali a 4 horas.



Entrada norte do Estreito de Hinlopen cheia de gelo
Entrada norte do Estreito de Hinlopen cheia de gelo

WOW, pura e simplesmente, WOW!


Acordei e saí da camarata eram cerca das 7h45 da manhã, a luz continuava como sempre está, luz de dia! :) Para dormir tenho que me tapar todo senão a luz não me deixa descansar. Fui tomar um pequeno almoço rápido mas nutritivo e já em pulgas para ir lá para fora fotografar! Tínhamos chegado à entrada norte do estreito de Hinlopen e tal como esperado, o estreito estava cheio de gelo de mar! Empurrado pelos ventos e marés ele acumulava-se ali em conjunto com o já existente. Que maravilha de paisagens!! Ia sair para o exterior do barco e um membro da tripulação avisou-me: "Pedro, estão ventos muito fortes e não é aconselhável ir lá para fora, se fores muito, mas mesmo muito cuidado!" "Ok, ok!" disse eu condescendente mas com o corpo e a mente a fervilhar para ir lá para fora! Por vezes queremos tanto uma coisa que somos totalmente inconscientes aos perigos que possamos correr. Este era um dos momentos. Assim que abri a porta pesada do barco, senti logo de imediato as palavras do membro da tripulação, o vento estava, de facto, fortíssimo! Dirigi-me às escadas na parte da frente do barco que levam à zona inferior e à Proa. Muito lentamente fui descendo as escadas que são praticamente direitas, iguais àquelas escadas exteriores de prédio para subir para os telhados por exemplo. Tinha a mochila nas costas, a Teleobjetiva presa no ombro e o tripé na mão esquerda, só conseguindo agarrar-me com a mão direita ao corrimão. Não tive muita dificuldade em descer. Uma vez em baixo, coloquei o tripé e ia colocar a máquina e objetiva mas....impossível. As rajadas de vento aumentaram de intensidade e o tripé quase caiu. Eu próprio estava com dificuldades em manter-me em pé. Tentei fazer algumas fotos mas vi que era impossível concentrar-me. Após uma rajada mais forte senti o que ainda não tinha sentido. Senti receio. Se uma rajada me atirasse a máquina ao chão ou à água seria mau...muito mau mesmo! Pior...se me atirasse a mim à água! Seria morte certa numa água a temperaturas negativas e havendo a probabilidade de ninguém estar a olhar para mim.



Paisagem no Ártico na entrada norte do Estreito de Hinlopen
Paisagem no Ártico na entrada norte do Estreito de Hinlopen

Espantava-me como é que as gaivotas conseguiam suportar este vento! Decidi sair dali. O vento estava demasiado forte e comecei a sentir cada vez mais receio pelo material. Encartei tudo e comecei a subir as escadas. Ok, tenho um problema, não consigo subir tal como tinha descido. o vento estava agora ainda mais forte. Comecei a "panicar". Decidi descer outra vez e levar as coisas faseadamente. Iria deixar o tripé em baixo, entalado entre as escadas para ver se não fugia. Comecei a subir devagar, com o corpo colado às escadas, muito lentamente. O vento fustigava-me e quase me arrancava das escadas. Ao chegar ao topo das escadas, nem sequer pensei em levantar-me, arrastei-me no convés superior, cheguei à porta, abri-a e coloquei a teleobjetiva e a mochila em segurança. Mas....o tripé! Estava mesmo muito preocupado com o tripé! A proa do barco tem várias partes abertas por onde a água escoa caso esta entre aí. Achei que se isso acontecesse e com o vento que está iria ficar sem tripé. Enchi-me de coragem e fiz tudo novamente, arrastei-me para as escadas, desci lentamente, agarrei o tripé, subi, arrastei-me e entrei dentro do barco. Ufa! Correu bem!


A manhã ia avançando e à medida que íamos penetrando no Estreito, o vento começou a acalmar e praticamente desapareceu! Agora sim, agora poderia ir lá para fora e tentar fotografar! Na zona onde estávamos agora havia menos gelo, mas corri lá para fora!



Pequeno iceberg no estreito de Hinlopen
Pequeno iceberg no estreito de Hinlopen

Pequeno iceberg no estreito de Hinlopen
Pequeno iceberg no estreito de Hinlopen

Ao chegarmos a uma zona mais gelada, vimos umas focas ao fundo! Ver focas é bom, pois é sinal que poderiam andar por ali Ursos também. Segundo Rinnie, iríamos aproximar-nos de uma zona boa para poder vê-los. Quase que me saíam chispas pelos olhos! A ansiosidade era obviamente grande!


Eis que chegámos à zona pretendida e a paisagem não poderia ser mais brutal! Uma vasta zona de gelo fazia fronteira com o mar e proporcionava uma belíssima paisagem. Melhor que isso, dava condições ótimas para que os Ursos pudessem andar por ali!



Gelo de mar e parede glaciar em terra em Svalbard
Gelo de mar e parede glaciar em terra!

E assim foi, não precisámos de esperar muito tempo para, ao longe, surgir um pontinho branco em movimento! Era um Urso a deslocar-se para a zona onde estávamos! Há que referir isto, pois é importante, mandam as regras no Ártico, que as embarcações estão proibidas de se aproximarem de Ursos e de os perseguirem. Se um Urso for observado, deve-se aguardar e será sempre a decisão do animal, o aproximar-se ou não.

Este parecia querer aproximar-se e enquanto isso fotografava e filmava. A esperança de que ele se aproximasse era muita claro e aos poucos parecia que íamos ter mesmo essa sorte! Estava em pulgas!


Urso Polar  ao longe. no meio do gelo em Svalbard
Urso Polar no meio do gelo

Urso Polar  ao longe. no meio do gelo em Svalbard
Lentamente começava a aproximar-se


Urso Polar  ao longe. no meio do gelo em Svalbard caminha em direção ao mar
O Urso cada vez se aproximava mais do mar e do Navio


Cada vez mais perto! E a adrenalina começava a subir cada vez mais! A minha objetiva estava constantemente a seguir todos os seus movimentos. De repente, ouvimos um "clack" sonoro dos altifalantes externos do navio. O capitão começou a falar e mandou toda a gente entrar no navio imediatamente e juntar-se no bar. Fiquei incrédulo e furioso! "Mas...que raio, está tudo louco? Então com o Urso cada vez mais perto, fazem este chinfrim e dizem para irmos para dentro do barco? É que nem morto!" Não fui só eu a pensar isso, pois vários de nós, hipnotizados pelo urso cada vez mais cerca não nos mexemos um milímetro. Pela segunda vez, o "clack", a voz do capitão agora estava diferente. Ordenou-nos expressamente que guardássemos as máquinas e entrássemos no barco. Ok...embora eu estivesse furioso, acatei a ordem, guardei tudo e dirigi-me para dentro do barco! "Mas o que raio querem? Que timing para reunir!! Às tantas é para fazerem um briefing de segurança relativamente ao Urso. Podiam-no ter feito antes, bolas!" Entrei no bar, zona onde nos reunimos sempre que existe uma comunicação. Olhei ao redor, entre alguns sorrisos e olhares meio frustrados da malta, o semblante carregado do líder da expedição, bem como dos outros guias preocupou-me.

O Capitão entrou no bar e começou a falar connosco. Aquilo que ele disse guardo-o penosamente na minha memória..." Olá a todos, sei que estavam a ter um bom momento, mas tenho algo muito importante a comunicar-vos. Infelizmente sofremos uma avaria grave no barco e ficámos sem os motores.

Estamos completamente à deriva pois sem motores não conseguimos controlar o barco com o leme. De momento não corremos perigo de maior, estamos perto da camada de gelo o que irá abrandar o barco, até o parar completamente. Estamos a fazer esforços para ver se conseguimos resolver a situação com os mecânicos do barco, mas obviamente já enviámos um pedido de socorro para a Noruega e um barco rebocador vem ao nosso encontro. Se não conseguirmos colocar os motores a funcionar, estamos em perigo e como devem calcular, a nossa expedição terá que ser cancelada. À medida que soubermos mais coisas, vamos comunicando.

Um profundo silêncio abateu-se na sala. Sem exagero, mas sem exagero algum, durante mais de 1 minuto ninguém se mexeu, ninguém falou, nada....Lentamente as pessoas foram-se levantando e começando a falar. Lembro-me de me virar para o meu colega de quarto Nepalês e dizer-lhe: "Acho que vou ver se o Urso ainda está ali!". Estava em choque, não estava a conseguir processar as palavras que tinha acabado de ouvir. Sabia e sabemos sempre que as coisas podem correr mal. Sabemos sempre que as contrariedades podem acontecer. Mas não...isto não podia estar a acontecer....Levantei-me e fui lá para fora, agarrei na máquina e fui procurar o urso. Não havia Urso, já deveria ter ido para outro lugar. Não conseguia dizer se tinham passado 10 minutos ou 1 hora desde o momento em que saímos dali para entrar no barco. Continuava a percorrer a linha do horizonte e a fotografar sem qualquer sentido, apenas obedecendo a um gesto totalmente mecânico. A mente estava bloqueada, não queria acreditar no que tinha ouvido, não queria processar o que estava a acontecer. Arrumei tudo e dirigi-me ao quarto. Pelo caminho, falei com o "Sava" um Búlgaro que era responsável pela tripulação de bordo e logo quando nos conhecemos ficámos logo amigos. Perguntei-lhe: "Sava my friend, what is going on?" Ele olhou-me nos olhos e respondeu-me: " Pedro, a situação é grave. Os mecânicos estão a tentar reparar, mas houve uma peça que se danificou e essa peça não temos cá no barco, nem mesmo em Longyearbyen, tem de vir da China...Mas não te preocupes, estamos em segurança."


Dirigi-me ao quarto e pousei o material. O meu colega de quarto Indiano, disse: "Bem, pelo menos estamos em segurança!" E sorriu, estava claramente a tentar ser simpático, mas não havia simpatia nenhuma no mundo que me pudesse confortar. Atirei um "Yeahhh....." prolongado para o ar seguido de um sorriso bem amarelo. Deixei o material no quarto e saí , queria estar sozinho, precisava de estar sozinho...Dirigi-me à popa do barco onde havia lá um canto onde gostava de ir para fazer planos mais baixos, mais perto da água. Encostei-me à parede, a olhar para o mar gelado, a olhar para os glaciares e deixei-me escorregar até me sentar. E aí, tudo descarregou e tudo desmoronou. O choro tomou conta de mim, não tenho vergonha de o dizer. Chorei de forma compulsiva durante alguns momentos. Estava a viver um pesadelo. Estava a viver dos piores dias da minha vida....E pensava isto estando ali...Estando ali perante tudo aquilo que sempre quis, estando no Ártico e perto do Urso Polar! Porquê? Porquê isto? Porque é que a Natureza me estava a penalizar tanto depois de me ter dado a hipótese de cá vir? Mais. valia não ter conseguido os apoios...Os apoios...depois pensei nos apoios. E agora? Tanta gente à espera dos resultados da expedição, gente que confiou em mim, que me apoiou e agora quê? Regresso de mãos vazias...Sem fotos, sem ver o Urso...

Uma das portas da Popa abriu-se, era um membro da tripulação que vinha fumar um cigarro. Olhou para mim e percebeu logo...guardou o cigarro e afastou-se para o outro lado do barco...Silenciosamente agradeci-lhe...Os olhos ainda marejados, continuavam a expelir lágrimas. Tudo estava acabado. Ao 3º dia, tudo estava acabado.



Não percam o próximo episódio para saber o que aconteceu! Até já!

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