top of page
  • Foto do escritorPedro Rego

Como fiz esta fotografia? - Técnicas de composição

O dia nublado e o mar agitado pediam uma aproximação às rochas. Sempre em segurança, sabia o que queria efetuar, uma exposição mais longa para criar o efeito dinâmico de movimento na água. Em fotografia temos 2 formas distintas de encarar uma fotografia relativamente à velocidade de obturação, ou congelamos o movimento, ou criamos arrasto. Ambas válidas, obedecem somente à nossa escolha criativa conforme as oportunidades que temos.


Foto de longa exposição no mar com rochas  e céu dramático
The gate - A entrada

Assim, e dadas as condições que tinha sabia que queria optar por uma arrasto de movimento (velocidade de obturação baixa) para dar esse dinamismo à água. Para isso, usei um filtro ND (neutral density) para bloquear a entrada de luz no sensor, única forma de efetuar longas exposições durante o dia. Apenas tinha um filtro ND8 o que não dava muita margem. Pena, o objetivo era mesmo criar uma longa exposição algo maior. Por vezes temos que nos adaptar ao que levamos connosco e alterar os planos iniciais.


As rochas em frente a mim davam-me a possibilidade de efetuar vários tipos de composição. E esse foi o próximo passo. Percorri o espaço rochoso de fronteira com o mar à procura de algo que me fizesse sentido, que me dissesse algo. Quando procuramos uma composição um dos passos fundamentais é esse, é sentir que a composição que escolhemos para a nossa foto nos diz algo, comunica connosco, faz sentido... Ao longo do caminho deparei-me com uma reentrância nas rochas onde a água penetrava um pouco mais para dentro da superfície rochosa e nessa reentrância um conjunto de pedras, uma maior primeiro e depois outras mais pequenas a entrar no mar. Vi as ondas ao fundo e também mais umas rochas horizontais. Senti que o meu olhar iria percorrer essa reentrância, abraçando as pedras e penetrando fundo no mar, absorvendo as ondas e bem lá no fundo....o céu! De ambos os lados as rochas davam o conforto necessário ao olhar e garantiam que este iria permanecer nas rochas. Estava escolhida a minha composição.


A maré a subir era um problema e os salpicos constantes também, pois basta um salpico maior para que a lente fique molhada e a foto estragada! (Quem rima sem querer.... :) )


Coloquei o tripé e ajustei a sua altura, decisão que também devemos ter cuidado pois influencia o resultado final. Escolhi a Abertura, F11 queria uma boa profundidade de campo. O Iso esse ficaria nos 100.


Após tudo pronto apenas esperar a onda certa, o momento certo para ter o efeito pretendido na água e obviamente, esperar a luz certa. Quando tudo se conjuga, acontece o click no obturador e temos a nossa foto!


Fazer uma foto nunca é um processo simples, é sempre um processo criativo e de análise. Muitas vezes, o principal motivo de não se conseguir evoluir fotograficamente é não compreender este processo criativo, de introspeção e de profunda atenção a tudo o que nos rodeia...


Até já!! ;)

0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Pague-me um café! Este Blog é gratuito e sempre será, se valoriza a informação que aqui é colocada pode agradecer, doando a contribuição que entender.

PayPal ButtonPayPal Button
bottom of page